Ouvindo Milton Nascimento, penso no momento que vivemos e esta frase não me sai da cabeça.
“Que notícias me dão dos amigos?
Que notícias me dão de você?
Sei que nada será como está, amanhã ou depois de amanhã
Resistindo na boca da noite um gosto de sol
Num domingo qualquer, qualquer hora
Ventania em qualquer direção
Sei que nada será como antes, amanhã.”
Sim, parafraseando Milton, nada será como antes e resiste na boca da noite um gosto de sol, pois muitas das mudanças vivenciadas pelas pessoas e pelas organizações neste momento de crise mudarão para sempre o ambiente de trabalho, o contexto de negócios e as relações entre as pessoas.
Afinal, crise é isso mesmo: mudança. A palavra vem do latim crisis, que significa mudança súbita. E eis que, subitamente…
Desmistificamos o home office! Trabalhando à distância, a produtividade aumentou e estima-se que esta prática poderá aumentar significativamente mesmo após a pandemia. Empresas que resistiam ao modelo de trabalho remoto há anos, tiveram que se adaptar e passam a ver com bons olhos as vantagens de poder flexibilizar jornada, deslocamentos, recursos.
Descobrimos o teletransporte! Ou quase… Vídeo conferências, vídeo calls, Skype, Hangouts e outras tantas ferramentas ganharam espaço na agenda corporativa. Ou melhor, ofertaram mais espaço nas agendas corporativas, que devem passar a priorizar encontros virtuais em detrimento de viagens.
Aprendemos a comprar online. Supermercado, farmácia, artigos para pets, livros, roupas, acessórios, essenciais ou não. Compras online aumentaram de 19% para 34%, segundo estudo da Kantar, que sinaliza que muitos brasileiros fizeram compras online pela primeira vez por conta da pandemia.
Percebemos o valor de todo um mundo online: filmes, pagamentos, bancos, serviços em geral vem sendo oferecidos neste formato, o que tangibiliza uma nova experiência para muitos e uma oportunidade para ambos os lados: empresa e cliente. Muitos empreendedores que programaram seus lançamentos para este período tiveram que se reinventar e perceberam oportunidades: novos nichos, novos produtos ou serviços, novos clientes.
E, contudo, estamos nos conectando e seguimos aprendendo online. No mundo inteiro, escolas, universidades e empresas trocaram eventos presenciais por EAD (Educação à distância), webinários, chats, podcasts, videoaulas de todo tipo. Descobrimos que treinamentos, atividades de desenvolvimento pessoal e profissional, coaching, mentoria… tudo pode acontecer à distância, através das mais diversas plataformas. E percebemos que isso ganha cada vez mais valor em tempos de distanciamento social, isolamento, planejamento e aprendizado.
Sim, é aprendizado a palavra que marca isso tudo. Tem que ser. Para que possamos enxergar as oportunidades que esta crise nos oferece, à despeito do sofrimento. Para que possamos estar mais fortes e preparados para o futuro que há de se descortinar depois da crise, apesar da incerteza.
Porque amanhã nada será como antes: será melhor. Acreditemos.