Quando falamos sobre a jornada de inclusão da diversidade, o que vem a mente, além dos impactos positivos na vida das pessoas, empresas e sociedades, é que, apesar deles, há uma grande quantidade de barreiras e dificuldades a enfrentar. Sabemos que isso é verdade e que não devemos nos negar a encará-las e buscar sobrepujá-las.
Também acreditamos que para podermos vencer algo, precisamos conhecer bem onde e com quem estamos lidando. Por isso nós, da FourAll, cremos no poder da informação – contra dados e fatos não há argumentos e a partir do conhecimento de vivências conseguimos conquistar corações e mentes.
Foi com esse propósito que fundamos a Academia da Plurallidade, onde mensalmente discutimos temas relevantes a diversidade, equidade e inclusão, apoiando todas as pessoas que estão lidando com estes temas dentro da sociedade.
Nesse mês, encerrando o ano, estamos trazendo á reflexão o tema Origens, que dentro da Mandala da Diversidade, é uma dimensão bastante ampla.
Origem refere-se a características, comportamentos e atitudes aprendidas ao longo de nossa vida, provenientes de nossas experiências advindas de instancias, grupos e locais sociais que ocupamos como família, classe social, nacionalidade, naturalidade, local de “criação” – nossa vizinhança, escolas onde estudamos na infância e adolescência, grupos dos quais fizemos parte, nossa formação e experiência profissional, entre outras, isto é, nossa história de vida em sociedade. Todas essas experiências nos ensinam muito, a partir dessas, e embebidos em suas culturas, aprendemos crenças e valores, que moldam nossa percepção do mundo, nossas perspectivas e heurísticas.
Muitas vezes quando pensamos em diversidade, somos tomados por características que aparecem nas fotos, aquelas mais identitárias, como sexo, idade, cor de pele, condição de deficiência, mas nossas origens nos levam a uma diversidade que não é percebida pelo sentido da visão. Precisamos nos aproximar mais para percebermos algumas diferenças. Chamamos essas características de Diversidade Adquirida.
Mas por que é tão relevante falarmos sobre nossas origens? Porque elas podem dizer muito de quem somos e por que agimos de algumas formas. Todo esse aprendizado, ao longo de nossa história, constitui um repertório de respostas, muitas vezes, respostas esperadas frente as pessoas e a acontecimentos. Esse repertório nos pode ser muito útil, quando buscamos rapidez frente a uma situação, mas pode também ser muito limitante, pois, muitas vezes, respondermos sem analisarmos e vamos replicando nossos padrões e tendencias, criando estereótipos, preconceitos, discriminação, podendo chegar até a violência.
Nossos padrões de respostas buscam dar celeridade, mas também prevenir incertezas, evitando o novo e o diferente… Bingo!
Há algo mais incerto do que o diferente? Seria então esse o porquê das barreiras a inclusão da diversidade que citamos no início de nosso texto? Acreditamos que esse não é o único porque, mas um que precisa ser entendido.
Para convivermos em sociedade, rumo a um ambiente mais seguro e inclusivo, todas as pessoas precisam buscar entender como as pessoas pensam, sentem e agem. Isso não é uma tarefa fácil ou trivial, pois vivemos imersos em culturas, todos os grupos sociais possuem suas regras, suas crenças, seus valores e artefatos, que concedem as pessoas membros uma identidade, que as protege e as dá pertencimento – nós, os de dentro, mas que também exclui “os de fora”. Seguimos divididos – os de dentro certos e não somente conhecidos, os de fora, não somente desconhecidos, como também incertos… e por que não dizer errados…
Essa dificuldade em entender o que está fora, o diferente, o diverso pode potencializar o preconceito, a discriminação e comportamentos opressores como a xenofobia e o classismo.
Mas ressaltamos que tudo o que estamos falando aqui diz respeito ao adquirido, ao aprendido. E o que é aprendido, pode ser modificado, desaprendido e reconstruído.
Vem com a gente?