O que nossas organizações podem aprender com as escolas de samba?

Quem me conhece sabe que eu gosto de Carnaval… mas não sou de bloquinhos… para mim, ou é Salvador no chão ou Sambódromo desfilando… Mas por opção, esse ano não vai rolar!

Mas como eu gosto, já sábado à noite, estava eu assistindo aos desfiles do grupo de acesso (n tenho certeza se é assim que se chama) na TV… Unidos de Bangu, não conhecia, mas me chamou a atenção a cobertura dada à Rainha de Bateria… Mas, Ana, toda rainha merece atenção… Claro! Mas essa era diferente – uma mãe que tinha herdado da filha o reinado… como assim, Ana? Uma mãe? Não era uma filha herdando da mãe? Não, gente! A mãe da Lexa (cantora de funk, que sempre desfilou pela escola), nesse Carnaval, no topo de seus 40 e poucos anos, foi convidada para substituir a filha (que foi Rainha em uma escola maior)… Bom, e ela aceitou! Emocionada, muito bem vestida, sambando no pé, acompanhada da filha, veio lindamente reinando à frente de sua bateria!

Acabado o desfile, ela dá entrevista: “depois de tantos anos de escola, não me imaginava nessa posição… mãe, mais de 40… como ser Rainha? Mas muitos me apoiaram e eu resolvi aceitar. Dedico esse desfile a minha filha e à todas as mulheres que desejam ser e fazer algo e não acreditam por medo, vergonha ou preconceito serem capazes! Vão lá e façam!”

Isso me chamou a atenção… tinha lido uma reportagem sobre a nova miss alemã, com 35 anos… estereótipos caindo por terra… se redefinindo, se modificando…

E eu continuei minha reflexão: por que o carnaval das escolas de samba é tao poderoso? Resiste. Persiste…. Esbanja criatividade e sempre alcança seus resultados?

E lá vinham as escolas, repletas de homens, mulheres, gays, trans… negr@s, branc@s, pard@s… velh@s e nov@s… pobres e ric@s… mas lá nada disso importa – estão tod@s fantasiad@s, lindamente representando seus papéis, felizes e engajados na busca de seu objetivo comum!

Nas escolas não existe lugar de homem ou mulher, de pret@ ou de branc@, de ric@ ou de pobre… tod@s podem ser o que e quem querem ser… mulheres na bateria, puxando samba… homens destaques, passistas… baianas brancas, pretas, velhas e jovens… Rainhas de bateria jovens e maduras! Quebras de paradigma ou somente uma representação mais fiel da nossa composição demográfica?

As escolas me fazem pensar em uma sociedade diversa, onde tod@s são aceit@s e têm seu lugar ,sendo avaliad@s e respeitad@s por suas competências…

Será que não devemos aprender com elas – sempre criativas, inovadoras e focadas em entrega e resultados? Seria o segredo de seu sucesso toda essa diversidade?

Muitos estudos já vem comprovando que a presença de diversidades identitárias (idade, gênero, raça/cor da pele), bem como diversidades cognitivas (educação formal, experiencia profissional, entre outras) é responsável, dentro das organizações, pelo incremento da produtividade e resultados.

Não seria então propício fomentar cada vez mais essa discussão e prática dentro de nossas organizações? 

Nós da FourAll acreditamos que sim e temos isto como uma de nossas missões!