“Sucesso é ensinar o que se sabe, praticar o que se ensina e perguntar o que se ignora.”
Essa frase do professor Mario Sergio Cortella, palestrante do 3º dia do Gupy Conecta, evento patrocinado pela FourAll, me fez refletir sobre as convergências entre as trilhas de conhecimento percorridas por mais de 20000 participantes desta verdadeira maratona on-line de conteúdos de RH para RH.
Começo a reflexão pelo ser de RH. A área de Recursos Humanos já teve seu nome questionado à ponto de muitas empresas hoje terem-na rebatizado com outros nomes como Gente e Gestão, Gestão de Pessoas, Talentos Humanos, dentre outros. Nota-se que o incômodo está na referência ao ser humano como um recurso, assim comparável aos recursos materiais ou financeiros demandados. É um reflexo claro da mudança de mindset das lideranças impactadas por conceitos e práticas que mexem com a cultura das organizações e trazem para RH (permitam que eu continue chamando a área assim e já vou explicar por que) ferramentas e conceitos aplicados em outras áreas. Da área de TI, importamos a metodologia Ágil (RH Ágil). Do Marketing, trouxemos o (Employer) Branding. Da Produção, vêm os indicadores e a busca por inovação e produtividade. E assim estamos reescrevendo o RH: aprendendo com quem sabe, com quem faz e tentando fazer diferente para sermos melhores e alcançarmos alta performance e melhores resultados.
Como fazer isso? Depende. Respeitar o ritmo de cada pessoa da organização é um caminho. Disruptivo, inovador, acolhedor, difícil, sem dúvida. Dar às pessoas autonomia e responsabilidade pelo trabalho e pela carreira é um belo desafio. Liberdade, sim, mas com direcionamento. A liderança não pode se isentar de seu papel. E a primeira lição que devemos aprender é que podemos reaprender a cada dia; podemos errar e tentar de novo. E assumiremos a responsabilidade pelos resultados. Parece contraditório, mas se colocarmos o RH num túnel do tempo veremos o quanto essa área representa as mudanças culturais que as empresas vivenciaram ao longo das últimas décadas. Hoje buscamos engajar as pessoas em propósitos comuns, queremos destravar o potencial criativo, inovador e disruptivo delas, buscando meios de gerar mais inovação e aumentar a produtividade da empresa.
E o futuro do trabalho, afinal? Ainda precisamos colocar a tecnologia nessa equação. Se é produtividade o que buscamos, robôs podem ser a solução. Mas eles não são capazes de gerar inovação. Sabe por quê? Porque não fazem o que Cortella nos provocou a refletir com a frase que deu início a esse artigo. Ensinar é demonstrar a capacidade de multiplicar conhecimento. A experiência e a experimentação nos elevam a patamares superiores de troca, praticando o que podemos ensinar. Mas, acima de tudo isso, saber perguntar sobre o que não sabemos é ter vontade de saber mais. É ter humildade de reconhecer que não sabemos tudo e que podemos aprender com todas as pessoas que nos cercam, à despeito das diferenças que poderiam nos afastar, respeitando a pluralidade que nos compõe. E com essa troca, aprendemos muito mais. Somente seres humanos podem fazer isso. Basta querer.
Para o futuro, vejo um horizonte de oportunidades banhado por múltiplas conexões, estabelecidas a partir de objetivos comuns de desenvolvimento mútuo. Ah, sim… e por que continuar chamando RH de RH nesse contexto? Porque o R não é de recurso. É de Riqueza! RH como a Riqueza de ser Humano num mundo em constante mudança, onde as pessoas sejam valorizadas pelo que são e possam formar empresas ainda mais fortes, justas, criativas e engajadas com a humanidade.
Por Sylvia Terra, inspirada pelo Gupy Conecta 😉